quinta-feira, 15 de junho de 2017

Grupo 1 - Meta 5: Projetos de Aprendizagem - Relatório

  
O Relatório dos Projetos de Aprendizagem tem como objetivo desenvolver análises e reflexões sobre cada etapa desenvolvida no PA, com base no Plano de Ação, usando o Referencial Teórico indicado na Interdisciplina Projeto Pedagógico em Ação.

Nosso grupo (grupo–1) organizou uma proposta para trabalhar os Projetos de Aprendizagem, registrando num blog o andamento das metas/etapas do desenvolvimento dos projetos, onde fizemos postagens semanais, apresentando evidências do desenvolvimento dos projetos em cada meta/etapa e a descrição das ações e reflexões.

Quanto as vivências e experiências, destacamos que foram muitas, pois cada meta/etapa desenvolvida junto aos alunos nos propiciaram realmente a construção de um Projeto de Aprendizagem em Ação.

No caso das professoras/alunas Eliane Toniolo e Michelle Toniolo, os PA’s foram desenvolvidos na mesma escola e turma – 4º ano, onde vivenciaram juntas as experiências, sendo que na Meta 1 observaram a motivação dos alunos diante de suas próprias perguntas, porém os pais não se mostraram apoiadores, mas a escola deu total apoio. Na meta 2, os alunos se mostraram bastante interessados na sequência do projeto, e a partir disso realizaram as pesquisas em casa com a família e a ajuda da internet. Na Meta 3, a construção do mapa conceitual foi bem interessante, porém tiveram dificuldade em realizá-lo, mas com a ajuda de exemplos feitos no quadro houve superação. Na Meta 4, o plano de ação fez com que refletissem os objetivos traçados, como os alunos aprendem e pesquisam com prazer, e o que poderiam ter feito a mais nos PA’s.

Em relação a professora/aluna Mára Moura, o desenvolvimento dos PA’s deu-se com uma turma de 4º ano, sendo contemplada toda a turma com a formação de 6 (seis) grupos de pesquisa e investigação, cada um com tema de escolha própria. Na Meta 1, destacou que, na disparada os PA’s, experienciou movimentos, conflitos e colaborações, enfrentando a ausência de laboratório de informática em sua escola através da promoção de reunião com os pais e equipe diretiva escolar para informar da metodologia a ser utilizada com a turma e necessidade do uso de tecnologia, como: celulares, tabletes e rede wifi para as devidas pesquisas investigativas. Logo percebeu que as experiências escolares poderiam ser estruturadas e alicerçadas na colaboração, cooperação e intercâmbio de pontos de vista, na caminhada conjunta para o conhecimento. Na meta 2, priorizou a participação ativa dos alunos na construção de suas aprendizagens através de perguntas e questionamentos que nortearam a pesquisa investigativa e o aprofundamento dos temas. Os alunos deram retorno evidenciando atitude de pesquisa, demonstrando valorizar a autonomia e a elaboração coletiva, pois os grupos além de pesquisar, trocaram, debateram e relacionaram conceitos, o que afirmou que a aprendizagem pela busca e pela descoberta nos PA’s foi eficiente, renovando e ressignificando seus interesses. Na Meta 3, os Mapas Conceituais foram realizados como caminhos das aprendizagens construídas nos projetos. Para isso, foram apresentados exemplos impressos e simples como modelos para as produções dos mapas dos grupos. E, embora com alguma dificuldade, os alunos conseguiram organizar os conceitos construídos em forma de MC’s, produzidos manualmente que, após, foram digitalizados pela professora. Na Meta 4, o Plano de Ação além de permitir o registro de todo um mapeamento sobre os objetivos e ações do PA, levou à retomada de todas as etapas já realizadas nos Projetos de Aprendizagem e a explicação das atividades ainda por realizar, sendo de grande importância na avaliação das estratégias utilizadas.

Quanto a professora/aluna Mariângela Mastalir, realizou as metas com uma turma de 1º ano. Na Meta 1, ela destacou a importância de abordar as diferenças (alunos PNEEs) e que houve participação ativa dos alunos. Na Meta 2, o debate realizado pelos alunos foi envolvente, mostrando suas curiosidades e vontade de participarem do PA, e, embora tivessem dificuldade de diferenciar o que é dúvida e o que é certeza, a meta foi alcançada. Na Meta 3, a construção do Mapa Conceitual deu-se com cada grupo, sendo anotado, no quadro, respostas às perguntas da professora de modo que os alunos puderam visualizar como se monta um mapa usando informações trazidas pelas pesquisas. Na Meta 4, a reflexão sobre todo o desenvolvimento do trabalho foi gratificante e, com certeza, mostrou que vale o esforço de se trabalhar mais com PA’s.

A professora/aluna Maria Soloí, realizou a atividade com uma turma de Maternal II-B (3/4 anos), onde o início do projeto foi difícil, pois a escola não foi muito receptiva ao PA. Através de um local da sala propício para que os alunos aprendessem e se aproximassem dos livros, ela iniciou seu projeto, desenvolvendo as certezas e as dúvidas.

Ao analisar as potências e as limitações dos Projetos de Aprendizagem vivenciadas em cada meta, percebemos, na Meta 1, o enfrentamento de resistências, medos e limites frente a metodologia de projetos e, consequentemente, dos sentimentos gerados (ansiedade, insegurança, etc.). Percebemos, também, o trabalho inovador e desafiador que rompe com resistências aprendidas, ressignificando o papel das professoras (orientar/mediar) e dos alunos (construir suas aprendizagens de forma ativa). Assim, demos início a construção ativa das aprendizagens em mediação com os alunos e consideramos que, nessa meta, as principais limitações foram: a resistência às mudanças e à desacomodação, já que havia no âmbito escolar a prática de projetos partindo do interesse do professor (centrado nos conteúdos previstos no currículo) e a falta e/ou precariedade dos laboratórios de informática.

Na Meta 2, houve o inventário de conhecimentos, onde dúvidas e certezas foram o foco das discussões e debates dos alunos. A formação dos grupos a partir dos temas de interesse fortaleceu a colaboração dentro dos grupos e gerou muita curiosidade sobre os temas dos demais grupos, permitindo a troca de conhecimentos, bem como atividades diversificadas e diferenciadas da rotina de aula. Houve o envolvimento das famílias, colaboradores externos e o uso de diferentes fontes de informação. Entretanto, alguns pais, por falta de entendimento, estranharam essa forma de aprender por meio de perguntas e pesquisa, questionando a falta de “conteúdos” no caderno dos filhos.

Na Meta 3, o Mapa Conceitual (MC) foi uma estratégia de ensino eficaz, pois o utilizamos como forma de observar como é que os alunos estruturam seus conhecimentos e constatamos que passam a conhecer mais sobre o tema em estudo, havendo um aumento significativo em suas aprendizagens, pois retomam, organizam e sistematizam conceitos, colocando-os em relação. Ao usar a estratégia pedagógica de MC's como "modelos", propiciamos que os alunos compreendessem a ideia e fizessem, ao seu modo, a proposta em questão. A limitação foi a falta de laboratórios de informática para a devida construção dos mapas conceituais dos grupos de PA’s, inviabilizando o acesso aos mecanismos disponíveis na web para isso.

Na Meta 4, o Plano de Ação foi fundamental para que analisássemos e refletíssemos o trabalho desenvolvido pelo grupo 1, pois através de sua construção tivemos uma ideia globalizada dos objetivos, tempos, procedimentos didáticos e metodologias utilizadas nos Projetos de Aprendizagem desenvolvidos com os alunos. Nele, retomamos e explicamos todas as etapas realizadas nos PA’s e as atividades ainda por realizar.  Visualizar tudo que foi realizado em um documento, nos fez ter uma visão bem clara dos projetos, e vislumbramos mudanças que poderiam ser feitas e os benefícios que nossos alunos tiveram, pois através do Plano de Ação é possível identificar, corrigir e até prevenir eventuais problemas que possam prejudicar o andamento das atividades.

Ao trabalharmos os Projetos de Aprendizagem como uma metodologia de ação pedagógica, ficou evidente que cabe ao professor orientar e mediar o processo de construção da aprendizagem para que o aluno se sinta responsável pela sua própria aprendizagem. Então, ao aplicarmos a metodologia de Projetos de Aprendizagem em nossas escolas, rumamos à mudança no ensino/aprendizagem e, consequentemente, à mudança na educação. Isso porque oportunizamos, na prática, um espaço de construção de conceitos e visão de mundo, a partir da realidade e curiosidade dos alunos.


Quando o aprendiz é desafiado a questionar, quando ele se perturba e necessita pensar para expressar suas dúvidas, quando lhe é permitido formular questões que tenham significação para ele, emergindo de sua história de vida, de seus interesses, seus valores e condições pessoais, passa a desenvolver a competência para formular e equacionar problemas. Quem consegue formular com clareza um problema, a ser resolvido, começa a aprender a definir as direções de sua atividade (FAGUNDES, SATO, MAÇADA, 1999, p. 16).

Assim, nossa reflexão coletiva evidencia a metodologia que nós, professoras, adotamos com nossos alunos. Ela revela a forma como compreendemos, consciente ou inconscientemente, o processo de aprendizagem. E nossas concepções e entendimentos desse processo também determinam diferentes funções e papéis que assumimos em sala de aula.
Enfim, fomos convocadas ao objetivo maior de nossa missão: reconstruir o processo de ensino/aprendizagem através daquilo em que acreditamos, ou seja, promover por meio da investigação e pesquisa a oportunidade de nossos alunos serem protagonistas de seu processo de construção da aprendizagem. E, para isso, foi fundamental a ação através de uma pedagogia de projetos ativa.
Sobre o papel do professor, Lèvy (1997) afirma que:


A função-mor do docente não pode mais ser uma difusão dos conhecimentos.... Sua competência deve deslocar-se para o lado do incentivo para aprender e pensar... Sua atividade terá como centro o acompanhamento e o gerenciamento dos aprendizados: incitação ao intercâmbio dos saberes, mediação relacional e simbólica, pilotagem personalizada dos percursos de aprendizado etc.” (LÉVY 1997).

Destarte, desejamos que nossos alunos sejam sujeitos pensantes, pois segundo Fagundes et al. (2006, p. 18):

  
Se o ser humano deixa de ser uma criança perguntadora, curiosa, inventiva, confiante em sua capacidade de pensar, entusiasmado por explorações e por descobertas, persistente nas suas buscas de soluções, é porque nós, que o educamos, decidimos “domesticar” essa criança, em vez de ajudá-la a aprender, a continuar aprendendo e descobrindo. (FAGUNDES et al. (2006, p. 18)
  
Portanto ao aplicarmos a metodologia de Projeto de Aprendizagem junto às nossas escolas e alunos, estamos caminhando em direção à mudança no ensino/aprendizagem, mudança na educação, pois estamos oportunizando, na prática, que nossos alunos tenham um espaço de construção de conceitos e visão de mundo, a partir de sua realidade, de suas curiosidades. 



Referências:

FAGUNDES, Léa da Cruz; SATO, Luciane Sayuri; MAÇADA, Débora Laurino. Aprendizes do futuro: as inovações começaram! São Paulo: Agência Espacial Brasileira, 2006. Disponível em: https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/1881763/mod_folder/content/0/Aprendizagens%20do%20futuro.pdf?forcedownload=1  Acesso em: 16 abr. 2017.

FAGUNDES, Léa da Cruz, ARAGÓN, Rosane, BASSO, Marcus Vinicius de Azevedo, BITTENCOURT, Juliano de Vargas, MENEZES, Crediné Silva de, MONTEIRO, Valéria Cristina. Projetos de Aprendizagem: uma experiência mediada por ambientes telemáticos. Revista brasileira de informática na educação. Florianópolis. Vol. 14, no. 1 (jan./abr. 2006), p. 29-39. Disponível em:

LÉVY, Pierre. A Nova Relação com o Saber. Capturado em 20 de jan 1999. Online. Disponível em:

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