O Relatório dos Projetos de Aprendizagem tem como objetivo
desenvolver análises e reflexões sobre cada etapa desenvolvida no PA, com base
no Plano de Ação, usando o Referencial Teórico indicado na Interdisciplina
Projeto Pedagógico em Ação.
Nosso grupo (grupo–1) organizou uma proposta para trabalhar
os Projetos de Aprendizagem, registrando num blog o
andamento das metas/etapas do desenvolvimento dos projetos, onde fizemos postagens
semanais, apresentando evidências do desenvolvimento dos projetos em cada
meta/etapa e a descrição das ações e reflexões.
Quanto as vivências e experiências, destacamos
que foram muitas, pois cada meta/etapa desenvolvida junto aos alunos nos
propiciaram realmente a construção de um Projeto de Aprendizagem em Ação.
No caso das professoras/alunas Eliane Toniolo e
Michelle Toniolo, os PA’s foram desenvolvidos na mesma escola e turma – 4º
ano, onde vivenciaram juntas as experiências, sendo que na Meta 1 observaram a
motivação dos alunos diante de suas próprias perguntas, porém os pais não se
mostraram apoiadores, mas a escola deu total apoio. Na meta 2, os alunos se
mostraram bastante interessados na sequência do projeto, e a partir disso
realizaram as pesquisas em casa com a família e a ajuda da internet. Na Meta 3,
a construção do mapa conceitual foi bem interessante, porém tiveram dificuldade
em realizá-lo, mas com a ajuda de exemplos feitos no quadro houve superação. Na
Meta 4, o plano de ação fez com que refletissem os objetivos traçados, como os
alunos aprendem e pesquisam com prazer, e o que poderiam ter feito a mais nos
PA’s.
Em relação a professora/aluna Mára Moura, o
desenvolvimento dos PA’s deu-se com uma turma de 4º ano, sendo contemplada toda
a turma com a formação de 6 (seis) grupos de pesquisa e investigação, cada um
com tema de escolha própria. Na Meta 1, destacou que, na disparada os PA’s,
experienciou movimentos, conflitos e colaborações, enfrentando a ausência de
laboratório de informática em sua escola através da promoção de reunião com os
pais e equipe diretiva escolar para informar da metodologia a ser utilizada com
a turma e necessidade do uso de tecnologia, como: celulares, tabletes e rede
wifi para as devidas pesquisas investigativas. Logo percebeu que as
experiências escolares poderiam ser estruturadas e alicerçadas na colaboração,
cooperação e intercâmbio de pontos de vista, na caminhada conjunta para o
conhecimento. Na meta 2, priorizou a participação ativa dos alunos na
construção de suas aprendizagens através de perguntas e questionamentos que
nortearam a pesquisa investigativa e o aprofundamento dos temas. Os alunos
deram retorno evidenciando atitude de pesquisa, demonstrando valorizar a
autonomia e a elaboração coletiva, pois os grupos além de pesquisar, trocaram,
debateram e relacionaram conceitos, o que afirmou que a aprendizagem pela busca
e pela descoberta nos PA’s foi eficiente, renovando e ressignificando seus
interesses. Na Meta 3, os Mapas Conceituais foram realizados como caminhos das
aprendizagens construídas nos projetos. Para isso, foram apresentados exemplos
impressos e simples como modelos para as produções dos mapas dos grupos. E,
embora com alguma dificuldade, os alunos conseguiram organizar os conceitos
construídos em forma de MC’s, produzidos manualmente que, após, foram
digitalizados pela professora. Na Meta 4, o Plano de Ação além de permitir o
registro de todo um mapeamento sobre os objetivos e ações do PA, levou à
retomada de todas as etapas já realizadas nos Projetos de Aprendizagem e a
explicação das atividades ainda por realizar, sendo de grande importância na
avaliação das estratégias utilizadas.
Quanto a professora/aluna Mariângela Mastalir,
realizou as metas com uma turma de 1º ano. Na Meta 1, ela destacou a importância
de abordar as diferenças (alunos PNEEs) e que houve participação ativa dos
alunos. Na Meta 2, o debate realizado pelos alunos foi envolvente, mostrando
suas curiosidades e vontade de participarem do PA, e, embora tivessem
dificuldade de diferenciar o que é dúvida e o que é certeza, a meta foi
alcançada. Na Meta 3, a construção do Mapa Conceitual deu-se com cada grupo,
sendo anotado, no quadro, respostas às perguntas da professora de modo que os
alunos puderam visualizar como se monta um mapa usando informações trazidas
pelas pesquisas. Na Meta 4, a reflexão sobre todo o desenvolvimento do trabalho
foi gratificante e, com certeza, mostrou que vale o esforço de se trabalhar
mais com PA’s.
A professora/aluna Maria Soloí, realizou a
atividade com uma turma de Maternal II-B (3/4 anos), onde o início do projeto
foi difícil, pois a escola não foi muito receptiva ao PA. Através de um local
da sala propício para que os alunos aprendessem e se aproximassem dos livros,
ela iniciou seu projeto, desenvolvendo as certezas e as dúvidas.
Ao analisar as potências e as limitações dos Projetos de
Aprendizagem vivenciadas em cada meta, percebemos, na Meta 1,
o enfrentamento de resistências, medos e limites frente a metodologia de
projetos e, consequentemente, dos sentimentos gerados (ansiedade, insegurança,
etc.). Percebemos, também, o trabalho inovador e desafiador que rompe com
resistências aprendidas, ressignificando o papel das professoras
(orientar/mediar) e dos alunos (construir suas aprendizagens de forma ativa).
Assim, demos início a construção ativa das aprendizagens em mediação com os
alunos e consideramos que, nessa meta, as principais limitações foram: a
resistência às mudanças e à desacomodação, já que havia no âmbito escolar a
prática de projetos partindo do interesse do professor (centrado nos conteúdos
previstos no currículo) e a falta e/ou precariedade dos laboratórios de
informática.
Na Meta 2, houve o inventário de conhecimentos,
onde dúvidas e certezas foram o foco das discussões e debates dos alunos. A
formação dos grupos a partir dos temas de interesse fortaleceu a colaboração
dentro dos grupos e gerou muita curiosidade sobre os temas dos demais grupos,
permitindo a troca de conhecimentos, bem como atividades diversificadas e
diferenciadas da rotina de aula. Houve o envolvimento das famílias,
colaboradores externos e o uso de diferentes fontes de informação. Entretanto, alguns pais, por falta de
entendimento, estranharam essa forma de aprender por meio de perguntas e
pesquisa, questionando a falta de “conteúdos” no caderno dos filhos.
Na Meta 3, o Mapa Conceitual (MC) foi uma
estratégia de ensino eficaz, pois o utilizamos como forma de observar como é
que os alunos estruturam seus conhecimentos e constatamos que passam a conhecer
mais sobre o tema em estudo, havendo um aumento significativo em suas
aprendizagens, pois retomam, organizam e sistematizam conceitos, colocando-os
em relação. Ao usar a estratégia pedagógica de MC's como "modelos",
propiciamos que os alunos compreendessem a ideia e fizessem, ao seu modo, a
proposta em questão. A limitação foi a falta de laboratórios de informática
para a devida construção dos mapas conceituais dos grupos de PA’s,
inviabilizando o acesso aos mecanismos disponíveis na web para isso.
Na Meta 4, o Plano de Ação foi fundamental para
que analisássemos e refletíssemos o trabalho desenvolvido pelo grupo 1, pois
através de sua construção tivemos uma ideia globalizada dos objetivos, tempos,
procedimentos didáticos e metodologias utilizadas nos Projetos de Aprendizagem
desenvolvidos com os alunos. Nele, retomamos e explicamos todas as etapas
realizadas nos PA’s e as atividades ainda por realizar. Visualizar tudo
que foi realizado em um documento, nos fez ter uma visão bem clara dos
projetos, e vislumbramos mudanças que poderiam ser feitas e os benefícios que
nossos alunos tiveram, pois através do Plano de Ação é possível identificar,
corrigir e até prevenir eventuais problemas que possam prejudicar o andamento
das atividades.
Ao trabalharmos os Projetos de Aprendizagem como uma
metodologia de ação pedagógica, ficou evidente que cabe ao professor
orientar e mediar o processo de construção da aprendizagem para que o aluno se
sinta responsável pela sua própria aprendizagem. Então, ao aplicarmos a
metodologia de Projetos de Aprendizagem em nossas escolas, rumamos à mudança no
ensino/aprendizagem e, consequentemente, à mudança na educação. Isso porque
oportunizamos, na prática, um espaço de construção de conceitos e visão de
mundo, a partir da realidade e curiosidade dos alunos.
Quando o aprendiz
é desafiado a questionar, quando ele se perturba e necessita pensar para
expressar suas dúvidas, quando lhe é permitido formular questões que tenham
significação para ele, emergindo de sua história de vida, de seus interesses,
seus valores e condições pessoais, passa a desenvolver a competência para
formular e equacionar problemas. Quem consegue formular com clareza um
problema, a ser resolvido, começa a aprender a definir as direções de sua
atividade (FAGUNDES, SATO, MAÇADA, 1999, p. 16).
Assim, nossa reflexão coletiva evidencia a metodologia que
nós, professoras, adotamos com nossos alunos. Ela revela a forma como
compreendemos, consciente ou inconscientemente, o processo de aprendizagem. E
nossas concepções e entendimentos desse processo também determinam diferentes
funções e papéis que assumimos em sala de aula.
Enfim, fomos convocadas ao objetivo maior de
nossa missão: reconstruir o processo de ensino/aprendizagem através daquilo em
que acreditamos, ou seja, promover por meio da investigação e pesquisa a
oportunidade de nossos alunos serem protagonistas de seu processo de construção
da aprendizagem. E, para isso, foi fundamental a ação através de uma pedagogia
de projetos ativa.
Sobre o papel do professor, Lèvy (1997) afirma que:
Sobre o papel do professor, Lèvy (1997) afirma que:
A função-mor do
docente não pode mais ser uma difusão dos conhecimentos.... Sua competência
deve deslocar-se para o lado do incentivo para aprender e pensar... Sua
atividade terá como centro o acompanhamento e o gerenciamento dos aprendizados:
incitação ao intercâmbio dos saberes, mediação relacional e simbólica,
pilotagem personalizada dos percursos de aprendizado etc.” (LÉVY 1997).
Destarte, desejamos que
nossos alunos sejam sujeitos pensantes, pois segundo Fagundes et al. (2006, p. 18):
Se o ser humano
deixa de ser uma criança perguntadora, curiosa, inventiva, confiante em sua
capacidade de pensar, entusiasmado por explorações e por descobertas,
persistente nas suas buscas de soluções, é porque nós, que o educamos,
decidimos “domesticar” essa criança, em vez de ajudá-la a aprender, a continuar
aprendendo e descobrindo. (FAGUNDES et al. (2006, p. 18)
Portanto ao aplicarmos a metodologia de Projeto de
Aprendizagem junto às nossas escolas e alunos, estamos caminhando em direção à
mudança no ensino/aprendizagem, mudança na educação, pois estamos
oportunizando, na prática, que nossos alunos tenham um espaço de construção de
conceitos e visão de mundo, a partir de sua realidade, de suas curiosidades.
Referências:
FAGUNDES, Léa da Cruz; SATO, Luciane Sayuri; MAÇADA, Débora
Laurino. Aprendizes do futuro: as inovações começaram! São
Paulo: Agência Espacial Brasileira, 2006. Disponível em: https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/1881763/mod_folder/content/0/Aprendizagens%20do%20futuro.pdf?forcedownload=1
Acesso em: 16 abr. 2017.
FAGUNDES, Léa da Cruz, ARAGÓN,
Rosane, BASSO, Marcus
Vinicius de Azevedo, BITTENCOURT,
Juliano de Vargas, MENEZES,
Crediné Silva de, MONTEIRO,
Valéria Cristina. Projetos de Aprendizagem: uma experiência
mediada por ambientes telemáticos. Revista brasileira de informática na
educação. Florianópolis. Vol. 14, no. 1 (jan./abr. 2006),
p. 29-39. Disponível em:
https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/1881763/mod_folder/content/0/Projetos%20de%20aprendizagem__Lea%20Fagundes%2C%20Rosane%20Aragon%20e%20Credin%C3%A9%20Menezes.pdf?forcedownload=1
Acesso em: 16 abr. 2017.
LÉVY, Pierre. A Nova Relação com o Saber. Capturado em 20 de jan
1999. Online. Disponível em:
http://portoweb.com.br/PierreLevy/educaecyber.HTML Acesso
em: 16 abr. 2017.